O ritmo acelerado da tecnologia de hoje é incrível. Isso significa que novos produtos e oportunidades de crescimento e inovação estão por toda parte. Mas essa velocidade de crescimento e transformação também traz desafios, especialmente em relação à segurança: basta um agente mal-intencionado para causar grandes interrupções nos negócios, danos à reputação e perda de receita.
Você provavelmente já ouviu líderes do setor falarem sobre a necessidade de transformação digital e a preocupante dependência de sistemas desatualizados ou "legados". Embora o código legado não seja problemático por natureza, ele geralmente não é compatível com as ferramentas de segurança modernas, o que pode resultar em vulnerabilidades exploráveis. Somado ao uso de código aberto, que exige atenção constante à segurança, sua base de código pode estar colocando em risco os dados da sua empresa, seus usuários e sua reputação.
Do ponto de vista da segurança e da conformidade, o código legado representa riscos. Mantê-lo também é caro e demorado, especialmente se a equipe já não conta com desenvolvedores que dominam esse conhecimento antigo.
No fim das contas, essa dependência generalizada de código legado no setor é uma prática preocupante e onerosa. Então, como sair desse cenário?
A seguir, vamos explorar o que é código legado e como as empresas podem aumentar a segurança do codebase com refatoração de código com tecnologia de IA. Combinada a recursos de testes e segurança orientados por IA, essa estratégia prepara seu codebase para o futuro e oferece à sua equipe inteira a confiança necessária para focar no que vem pela frente.
O que é código legado?
De forma geral, código legado se refere a um codebase atual herdado de membros anteriores da equipe e que continua sendo utilizado e mantido. O código pode até funcionar bem, mas é provável que diversos desenvolvedores o tenham modificado ao longo dos anos. A equipe atual pode ter dificuldade para identificar quais modificações são valiosas e quais não são. Além disso, o código pode ter sido escrito em uma estrutura desatualizada ou em uma linguagem de programação que ninguém da equipe conhece (seja por ser apenas antiga ou completamente obsoleta).
Pode parecer estranho que as empresas ainda dependam de código legado. Embora os motivos variem, pense da seguinte forma: você mora em uma casa antiga. Ela é aconchegante e familiar, mas o encanamento é instável, a fiação está ultrapassada e, sempre que você conserta uma coisa, outra quebra. Claro, você poderia reformá-la, mas isso significaria um trabalho enorme: empreiteiros, licenças, meses vivendo em meio ao caos e custos que podem sair do controle.
Então, você continua fazendo remendos, torcendo pelo melhor. Não é o ideal, mas funciona, por enquanto. É mais ou menos assim com o código legado. É a solução conhecida e "funcional", mesmo que seja instável e ineficiente. Reescrevê-lo do zero é uma perspectiva assustadora, com seus próprios riscos e custos. Além disso, quem tem tempo para uma reformulação completa quando há novos recursos a desenvolver e bugs urgentes para corrigir?
Ao atualizar o código, muitas empresas optam por manter o código legado porque isso costuma ser menos disruptivo no curto prazo. Uma atualização exige muito trabalho de desenvolvimento e testes. Também pode envolver o treinamento de equipes para garantir que tenham as habilidades necessárias para processar a linguagem de código ou a estrutura desatualizada. Quando não há documentação, navegar por esse processo pode ser ainda mais desafiador.
Qual é o problema do código legado?
Se a sua empresa decidir manter o código legado, como muitas fazem, estará se expondo a uma série de possíveis problemas. Como esse código não foi projetado para tecnologias mais recentes, talvez ele não seja compatível com tipos de software mais modernos (como ferramentas de IA, por exemplo), o que pode impactar o desempenho e a capacidade de ajuste de escala dos seus produtos. Isso pode gerar atrasos e prejudicar a experiência do usuário no futuro.
O que mais preocupa em relação ao código legado, seja ele de cinco ou 50 anos atrás, é que talvez não existam scanners de segurança compatíveis com ele. Isso significa que você não conseguirá detectar falhas por conta própria ao fazer atualizações. Além disso, os desenvolvedores responsáveis por essas atualizações podem não conhecer bem a linguagem ou sua estrutura e, sem querer, acabar criando ainda mais vulnerabilidades no processo. Por fim, aplicações mais antigas costumam ser escritas em C ou C++, linguagens inseguras em relação à memória, responsáveis por cerca de 70% das vulnerabilidades identificadas.
Esses três fatores (a dificuldade em proteger o código legado, as poucas opções seguras de atualização e o maior risco de vulnerabilidades) devem ser encarados como sinais de alerta para empresas de todos os setores.
Ao desenvolver um catálogo de práticas prejudiciais que colocam em risco a infraestrutura crítica, a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos EUA incluiu a seguinte observação:
“O uso de software descontinuado (ou fora do ciclo de vida) em serviços relacionados à infraestrutura crítica e às funções nacionais essenciais é perigoso e eleva significativamente o risco à segurança nacional, à segurança econômica nacional e à saúde e segurança públicas. Essa prática é especialmente grave em tecnologias acessíveis pela internet”.
Mesmo que você não atue com segurança nacional ou saúde pública, esse alerta continua válido: usar código antigo não é uma prática recomendada. É uma escolha ruim.
A solução: refatoração de código
De acordo com o desenvolvedor e autor de software Martin Fowler, “Refatoração é uma técnica controlada para melhorar o design de um codebase atual, uma técnica disciplinada para reestruturar um corpo de código, alterando sua estrutura interna sem modificar seu comportamento externo”.
Em outras palavras, a refatoração de código permite modernizar e proteger o código legado sem comprometer sua funcionalidade original.
Existem várias técnicas de refatoração, como a refatoração inline, que simplifica o código ao remover elementos obsoletos, e a refatoração por abstração, que elimina trechos duplicados. O importante é saber que a refatoração de código exige tempo e um alto nível de conhecimento técnico por parte da equipe de desenvolvimento. Além disso, demanda muitos testes, o que pode ser um desafio quando a equipe já está ocupada com outras tarefas.
Portanto, embora a refatoração de código seja, sem dúvida, o caminho para tornar seu código legado mais legível, eficiente e seguro, trata-se de um projeto por si só, especialmente quando aplicado em grande escala.
Como a IA pode ajudar
Sabemos que a IA já está acelerando o ciclo de vida do desenvolvimento de software. E ela também pode ser uma grande aliada para acelerar o processo de refatoração. Por exemplo, ferramentas como o GitLab Duo ajudam a explicar o código atual e a criar novos trechos de código, dois dos maiores obstáculos ao modernizar o codebase legado. Se um desenvolvedor não estiver familiarizado com determinada linguagem, a IA poderá preencher essas lacunas. Em relação a testes e segurança, a IA também pode analisar as causas raiz, gerar testes e ajudar os desenvolvedores a remediar vulnerabilidades. Com IA no seu conjunto de ferramentas, a refatoração de código finalmente se torna mais viável e acessível, permitindo que esse projeto saia do backlog de uma vez por todas.
De acordo com nossa pesquisa, 34% dos participantes que usam IA no ciclo de vida do desenvolvimento de software já a utilizam para modernizar código legado. No setor de serviços financeiros, esse número sobe para 46%.
Claro que, ao começar a usar a IA em qualquer etapa do processo, é importante considerar alguns pontos.
A IA não é perfeita. Ela ainda exige testes, parâmetros e supervisão humana. Ou seja, embora consiga facilitar e acelerar tarefas manuais críticas e demoradas, não pode realizar esse trabalho sozinha. Principalmente no que diz respeito à segurança, é essencial adotar outras ferramentas para manter seu código o mais protegido possível. Recomendamos a criação de uma lista de materiais de software dinâmica (ou SBOM) para ter visibilidade total sobre riscos de licenças e segurança relacionados ao seu software, inclusive o código legado.
Transforme seu codebase em uma base segura para o futuro
Embora modernizar o codebase legado possa parecer uma tarefa assustadora, esse é o melhor caminho se você quiser manter os dados da sua empresa e dos usuários em segurança. Com as ferramentas e métodos certos, essa jornada pode ser mais eficiente para as equipes e mais econômica para a empresa.
A boa notícia é que suas equipes não precisam gastar tempo e recursos tentando decifrar linguagens antigas ou lidar com estruturas obsoletas, o que costuma gerar frustração, atrasos e gargalos. Ao deixar que a IA assuma o trabalho pesado de refatorar o código, garantindo que ele esteja seguro e funcionando como deve, os desenvolvedores podem se concentrar no que fazem de melhor: criar novos produtos e recursos, além de gerar valor para os clientes.
Próximos passos
Source Lp How A Devsecops Platform Drives Business Success The Complete Guide
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Principais conclusões
- Manter código legado é caro, consome tempo e, quando incompatível com as ferramentas de segurança mais recentes, pode representar um risco sério para empresas de diversos setores.
- A refatoração de código é uma estratégia que ajuda a torná-lo mais legível, aumentando a estabilidade do codebase, bem como a produtividade e eficiência dos desenvolvedores.
- Combinada a ferramentas de segurança preventiva, a refatoração de código com tecnologia de IA ajuda as equipes a modernizar código legado e, ao mesmo tempo, reduzir o risco de vulnerabilidades de segurança.