Integração contínua no desenvolvimento ágil

O desenvolvimento ágil é um conjunto de metodologias com foco
no desenvolvimento iterativo e na colaboração entre equipes auto-organizadas. Os métodos ágeis se baseiam
em processos de gerenciamento de projetos bem estruturados e na cooperação entre equipes ou,
até mesmo, grupos de equipes.

Apesar da diversidade de estruturas ágeis disponíveis, todos os projetos de desenvolvimento ágil envolvem algum tipo de desenvolvimento contínuo, como planejamento contínuo, testes contínuos e integração contínua (CI).

Com a CI, os desenvolvedores constroem gradualmente um sistema estável ao operar em pequenos lotes e ciclos curtos, seguindo um conceito lean. A integração contínua auxilia as equipes que trabalham em estruturas ágeis com pipelines de CI/CD que automatizam compilações, testes e implantações. Enquanto a metodologia ágil se enquadra no gerenciamento de projetos e portfólios (PMM), a CI é o processo utilizado pelas equipes de desenvolvimento de software para implementar mudanças.

Basicamente, o Scrum e outras metodologias ágeis são estruturas de gestão, e não práticas de engenharia de software. As equipes precisam associar estruturas ágeis com as melhores práticas de engenharia de software para alcançar os melhores resultados. A integração contínua coloca o desenvolvimento ágil iterativo em ação.

O gerenciamento ágil de projetos permite a execução de projetos complexos ao se concentrar em mudanças incrementais. Essa metodologia iterativa conta com seis elementos principais para monitorar o progresso e criar o produto.

• User Story: descreve os objetivos do produto do ponto de vista do usuário.

• Roadmap: visão abrangente dos requisitos necessários para alcançar a visão do produto.

• Backlog: requisitos do projeto organizados por prioridade.

• Plano de lançamento: um cronograma para o lançamento de um produto funcional.

• Sprint/iteração: as histórias do usuário, metas e tarefas associadas ao sprint atual.

• Incremento: o produto funcional apresentado às partes interessadas no final de um sprint.

Embora as metodologias ágeis possam ter abordagens diferentes, todas seguem esse modelo. No GitLab, os recursos de gerenciamento de projetos estão alinhados com estes conceitos principais.

O Git é o método mais popular de controle de versão e pode ser vantajoso para as equipes ágeis, pois permite um desenvolvimento descentralizado e simultâneo. Ferramentas como o GitLab criam um processo em torno do código, principalmente por meio de tíquetes e solicitações de merge.

Uma solicitação de merge (MR) é uma maneira de visualizar e colaborar nas alterações propostas no código-fonte. Um fluxo de trabalho de CI para equipes que usam a metodologia ágil incorpora os principais conceitos do método, bem como commits, solicitações de merge, testes e implantações.

Uso de etiquetas

As etiquetas são uma maneira de as equipes filtrarem e gerenciarem épicos, tíquetes e solicitações de merge. Para um projeto específico, as equipes podem usar etiquetas, como Planning, In Progress, Staging, Reviewed, entre outras, com suas próprias listas no quadro de tíquetes.

As equipes podem colaborar nos tíquetes e, uma vez definidas as próximas etapas, um desenvolvedor atribuído pode iniciar o trabalho, substituindo a etiqueta Planning por In Progress.

Escrever código e fazer commit das alterações

Os desenvolvedores podem referenciar o tíquete correspondente na mensagem do commit. Em seguida, enviam seus commits por push para um branch de recurso e criam uma solicitação de merge. O código é criado e testado, e um membro da equipe pode revisar as alterações realizadas.

Uso de quadros de tíquetes entre equipes

Assim que uma equipe terminar a revisão, poderá remover a etiqueta In Progress e transferir o tíquete para o quadro de tíquetes Staging. Assim, a equipe de implantação será informada de que o tíquete está pronto.

Implantação do código

Assim que for aprovada, a MR poderá ser mesclada no branch principal e o tíquete poderá ser fechado.

A integração contínua incentiva as equipes de desenvolvimento a realizar alterações pequenas e frequentes, e a validar o código com os repositórios de controle de versão. A CI pode ser considerada um pilar fundamental do processo ágil, e é tão amplamente utilizada que, muitas vezes, os termos CI e ágil são empregados como sinônimos. No entanto, embora ambos enfoquem mudanças pequenas e iterativas, eles não são a mesma coisa.

A metodologia ágil se baseia na expectativa de que os desenvolvedores possam realizar pequenas atualizações incrementais em um produto ou serviço. Na prática, isso só será alcançado se a empresa se comprometer com a automação de CI/CD. As estruturas ágeis permitem que as equipes avancem rapidamente e trabalhem de forma independente, mas sem o uso ativo da CI/CD, os métodos ágeis não terão o impacto desejado.

No desenvolvimento ágil, o objetivo é ter um produto funcional ao final de cada sprint. Conforme o produto passa por cada sprint, ele melhora exponencialmente. Com a CI, as alterações de código feitas no produto são constantemente validadas em relação a outras mudanças. A integração e os testes contínuos ajudam as equipes a entregar esse produto funcional, detectando bugs e possíveis problemas antes que cheguem ao usuário final.

A integração contínua (CI) é essencial para o desenvolvimento ágil de software, pois melhora o processo de desenvolvimento ao permitir alterações pequenas e iterativas e garantir a estabilidade do código. Com ferramentas de CI, as equipes podem automatizar compilações, testes e implantações, otimizando o fluxo de trabalho de desenvolvimento. Essa integração não só promove revisões de código eficazes, mas também mantém um ambiente de produção estável.

Ao incorporar a CI às metodologias ágeis, as empresas podem alcançar uma qualidade de software superior e um processo de integração contínua mais fluido, resultando em melhor desempenho de DevOps e entrega de software de alta qualidade.